quarta-feira, 15 de julho de 2009

Cont. do 1º Capitulo.

O som da buzina do carro de Caio já estava me dando nos nervos e eu fui obrigada a por a cabeça pra fora da janela e dar um xingo nele antes de descer as escadas e sair de casa. Quando abri a porta pude ver ele se encolhendo no carro, provavelmente minha cara devia estar assustadora de tão nervosa que eu estava, afinal ninguém merece acordar cedo neste frio para ir pra escola e ainda ter que ouvir o Caio buzinando sem parar na frente minha casa.
– Agora você esta com medo? Pensa-se antes de ficar enchendo o meu saco. – Eu disse enquanto caminhava para o carro.
– O problema é que você é muito enrolada Vivian, eu e a Jé acordamos depois de você e faz um século que estamos esperando você aqui no carro.
– E os bancos deste carro velho não são nada confortáveis – Disse Jessica que já estava sentada no banco de passageiro ao lado de Caio que dirigia.
– Vocês podiam ter me esperado lá dentro, já dormiram lá mesmo. – bati a porta do carro com muita força enquanto entrava para que eles notassem a minha raiva.
– Cuidado Viviam a porta pode cair. –Disse Jessica fazendo piado com o estado do carro de Caio.
– Pra sua informação Jessica eu vou comprar meu carro novo essa semana ainda. – Caio ficava todo orgulhoso ao lembrar-se do esforço que teve para ajuntar o dinheiro do carro novo que ia comprar.


Nunca senti uma sensação tão estranha, quanto a que senti ao parar em frente à escola, foi como se uma harmonia de coisas boas me puxassem para dentro dela, tinha vontade de sorrir para todos e não parecia ser só eu, pois por onde passava ganhava sorrisos, pessoas que eu nunca havia nem percebido a presença abriam sorrisos para mim. A escola estava muito calma, uma paz que dominava tudo, era estranho confesso, mas era muito bom pra se estranhar.
Despedi-me de Jessica e Caio que pareciam estar se sentindo tão bem quanto eu e fui para minha sala.
Como de costume, coloquei a minha mochila ao lado de minha carteira e abaixei para pegar o cronograma dos horários que estava dentro dela, para ver que aula seria esta – para mim é praticamente impossível decorar o cronograma –, quando me levantei, meus olhos foram em direção a carteira ao lado, e para minha surpresa havia um aluno novo sentado nela, mas não era qualquer aluno, ele era simplesmente lindo. Tinha olhos azuis que pareciam ser cintilantes de tão azuis, os cílios eram longos e grossos destacando seus olhos, sua pele era branca com as bochechas coradas de um vermelho bem claro, seu cabelo era preto como petróleo formado por cachos perfeitos, um lábio bem desenhado, seguido de um furinho no queixo e ele era definitivamente musculoso, mas não era como aqueles bombados que não conseguem nem fechar os braços, seu corpo era definido, era lindo!
Seus olhos encontraram os meus e eu não pude nem me mexer de tão hipnotizada que estava. Só então eu percebi que ele estava me olhando, e se eu percebi isto quer dizer que eu estava olhando para ele, enquanto ele me olhava, desviei meu olhar rapidamente e pude sentir minhas bochechas corarem de tanta vergonha, quando ouvi seu riso disfarçado ao meu lado.
O professor entrou na sala e iniciou a aula, mas mal pude prestar atenção em uma palavra do que ele dizia. Como poderia prestar atenção em senhor de cabelos grisalhos, olhos fundos e pele enrugada, se havia um príncipe ao meu lado, melhor dizendo um anjo. Eu não parei de olhar para ele a aula inteira, eu sabia que ele estava percebendo, mas se fosse ao menos só eu, eram todas as meninas da sala, e depois tinha outra ele jamais perderia o precioso tempo de sua vida para falar comigo, afinal o que era eu se não uma aluna comum paquerando o homem perfeito, para pelo menos metade do universo! Sendo assim eu podia olha e babar, sem nunca precisar aturar o mico que seria falar com ele depois disso, isso simplesmente porque ele nunca falaria comigo.
Quando tocou o sinal para a troca de aula, ele se levantou e andou elegantemente até a porta, Jéssica estava vindo em minha direção e ficou tão distraída olhando o anjo que saia da sala que esbarrou no próprio, seu pedido de perdão foi gaguejante, ele apenas deu um sorriso sutil que terminava em lindas covinhas e nós duas derretemos ao mesmo tempo, enquanto ele partia para o corredor.

Um comentário: