sábado, 18 de julho de 2009

Cont. do 1º Capitulo.

– Eu estou no deserto? Porque aquilo é uma miragem! ¬– Perguntou Jéssica apontando para o corredor, onde já não permanecia o motivo pelo qual ela apontava.
– Eu sei quase tive cegueira de tanto olhar para ele! – Respondi ainda perplexa com tanta beleza.
– Agora você vai para a aula do Carlos de Geografia. Estou certa?
Peguei meu cronograma em minha mochila, para consultar minha próxima aula que já não lembrara mais.
– É verdade, mas o Carlos me liberou para fazer a atividade que minha sala fez utilizando o computador no dia em que eu passei mal. – fiz uma expressão feliz – isso significa que eu vou ficar na biblioteca na aula dele.
– Que inveja de você, porque agora eu tenho aula com a bruxa da Célma! – Jessica fez um olhar de tédio, que me fez rir.
– Então faça bom proveito da sua aula, porque eu vou pra biblioteca antes que eu não consiga terminar a atividade! – dei beijo na testa da Jessica e sai correndo.


Já fazia uma década que eu estava ali quando finalmente consegui terminar aquela atividade estressante, desliguei o computador para ir embora, foi quando eu ouvi a porta da biblioteca bater, dei um pulo da cadeira, meu coração acelerou, comecei a ouvir barulhos de gavetas abrindo e fechando com muita velocidade, só assim percebi que não estava sozinha na biblioteca, me perguntei por que estava com medo, já que a biblioteca era dentro da escola, a escola era um lugar cheio de pessoas e tudo mais, mas bastou terminar de colocar a questão que já encontrei a resposta para ela, estava com medo porque, aquele andar era abandonado, ali ficavam um monte de livros velhos, e os computadores que só eram usados depois que tocava o sinal de saída, ninguém usava o computador nas horas de aula, “a não ser eu”.
– Senhora Iris? – soltei em uma voz tremula na esperança de que fosse a inspetora.
Para minha decepção não era ela, já que ao ouvir minha pergunta os sons das gavetas pararam rapidamente, como se fosse a um susto e passos baixos e vagarosos começara a caminhar na direção da sala onde ficam os computadores, ou seja, onde eu estava. Peguei o que estava mais próximo de mim para minha defesa, meu coração estava quase saindo pela boca, o suor frio já escorria pelo meu rosto, quando a porta se abriu devagar a única coisa que eu fiz, foi jogar o atlas enorme que estava em minha mão e em sequência comecei a jogar todos os dicionários que estavam em uma mesinha ao meu lado, sem nem olhar quem estava abrindo a porta, gritando socorro aos prantos feito uma louca. Em menos de um milésimo havia uma mão com pele de seda macia tampando minha boca, enquanto a outra mão segurava meus braços que sem fazer nenhum esforço bloqueou os meus movimentos, e um par de olhos azuis fixos nos meus suplicava para que eu me calasse.

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